O maior problema em pagar a conta em conjunto, estava na inadimplência e falta de pagamento de alguns moradores.

O crescimento de 31% na procura por individualização de água no ano de 2014, de acordo com dados da Embasa, aponta uma tendência no setor imobiliário. A economia, que pode chegar a até 40%, é o que leva muitos condomínios a optarem pela individualização dos medidores de água, mesmo que, para isso, precisem investir um pouco mais.

O valor do serviço, que custa uma média de R$ 800 a R$ 3 mil por apartamento, é revertido na economia da conta de água.

Além disso, há também a praticidade. Síndica há um ano do condomínio onde mora há mais de 20, Eliete Machado, de 51 anos, conta que individualizar os medidores de água resolveu muitos problemas que geravam dor de cabeça. “Individualizar era um desejo meu antes mesmo de me tornar síndica. A primeira coisa que fiz quando assumi o cargo foi conversar com cada morador sobre isso”, conta.

O maior problema em pagar a conta em conjunto, de acordo com ela, estava na inadimplência e falta de pagamento de alguns moradores. “Com tudo individualizado, cada um paga o que gastou, e quem responderá pela falta de pagamento será apenas quem não pagou”.

O administrador da empresa Planeta Real, que realiza individualização de medidores, Alexandro Lira, afirma que a procura maior pelo serviço está justamente no impasse provocado pelo valor da taxa de condomínio em prédios com conta de água coletiva. “Quem procura a empresa está insatisfeito com o valor mensal da taxa de água. Não é justo que uma casa com cinco pessoas pague a mesma taxa do que o apartamento com apenas um morador”, acrescenta.

Redução de prejuízos

E o benefício, de acordo com a gerente de divisão de controle do faturamento e arrecadação da Embasa, Tamyres Oliveira, não é apenas esse. Ela conta que a individualização auxilia na detecção de possíveis vazamentos, diminuindo prejuízos, e provoca a racionalização do uso da água.

“Um vazamento que demoraria muito para ser identificado, afinal, você não sabe de onde ele está vindo, é facilmente solucionado verificando o mostrador de cada apartamento”, explica Tamyres. Como cada um paga sua demanda de uso, o senso de economia aumenta.

Eliete afirma que antes do serviço que individualizou a distribuição de água no prédio que mora, que tem cerca de 30 anos, ela pagava mais de R$ 100 de taxa de água. Hoje, sua conta não passa de R$ 30.

Porém é necessário cuidado com o processo. De acordo com Tamyres, essa precisa ser uma decisão unânime entre os moradores do prédio. Após a obra de individualização, a Embasa precisa ser procurada para abrir o processo que mandará as contas devidamente separadas. “Para abrir esse processo, precisamos de assinatura de todos os condôminos”, explica.

Além disso, o prédio passará por uma vistoria, para verificar se o serviço foi realizado de acordo com as normas estabelecidas pela Embasa. O processo, apesar de depender de a documentação estar correta, não costuma demorar. “A obra durou até menos que o esperado, e em cerca de um mês estava entregue. Já o processo na Embasa foi simples e em dois meses já estava tudo resolvido”, acrescenta Eliete.